Mercado físico do boi gordo manteve os preços firmes e estáveis na maioria das praças brasileiras

Nesta quarta-feira (24/7), o volume de negócios envolvendo o boi gordo foi suficiente apenas para manter as programações de abate dos frigoríficos brasileiros, sustentando uma média nacional de dez dias úteis, segundo levantamento da Agrifatto.

“Observa-se uma redução na oferta de vacas e novilhas terminadas, uma tendência que vem se fortalecendo nas últimas semanas”, informam os analistas.

Enquanto isso, do lado da demanda, o mercado doméstico de carne bovina mostra timidez e fragilidade nas negociações, movimento típico deste período do mês, marcado pela diminuição no consumo da proteína, um reflexo do menor poder aquisitivo da população (devido ao esgotamento dos salários pagos no começo de julho/24).

Tal situação, reforça a Agrifatto, tem resultado em redução do volume de cortes negociados, apesar da estabilidade dos preços da maioria dos produtos com osso.

Hoje, quarta-feira (24), o preço médio da arroba em São Paulo (entre o “boi comum” e o “boi-China” ficou estável em R$ 230,00, de acordo com dados da Agrifatto.

Nas outras 16 regiões acompanhadas diariamente pela consultoria, a média de preços da arroba do boi gordo ficou R$ 219,10.

“Quatro das 17 praças passaram por valorização da arroba neste dia 24 de julho: GO, MG, MS e PR. As outras 13 mantiveram suas cotações estáveis”, informa a Agrifatto.

No mercado futuro, na terça-feira (23/7), apenas dois contratos sofreram ajustes negativos. O destaque foi o contrato com vencimento em setembro de 2024, que fechou cotado em R$ 234,55/@, com leve acréscimo de 0,30% no comparativo diário.

Atacado

Nesta semana, o mercado de carne com ossos apresenta comportamentos típicos da segunda quinzena de mês, com vendas no varejo e distribuições no atacado variando entre razoáveis e fracas, relata a Agrifatto.

“Apesar da menor aquisição de carne com ossos pelos distribuidores na semana passada, o movimento tímido do varejo neste início da semana resultou na retenção de mercadorias nos pontos de distribuição”, afirmam os analistas da consultoria.

Margens ruins

Segundo a Agrifatto, os recentes aumentos dos preços do animal pronto estão comprometendo as operações dos frigoríficos de pequeno e médio portes, que se concentram exclusivamente no mercado doméstico.

“Operando com margens negativas, esses frigoríficos mostram sinais de esgotamento e não suportam novos aumentos de custos”, alerta a consultoria.

Para os exportadores, porém, a situação ainda apresenta certa vantagem, acrescenta a Agrifatto.

Em relação às negociações semanais, o volume destinado ao setor atacadista de carne com ossos a partir de quinta-feira (25/07) deve ser semelhante, ou mesmo um pouco menor que a quantidade registrada na semana anterior.

“Para atender às demandas do final de julho e início de agosto, espera-se que a maioria dos preços se mantenha estável, com boa sustentação”, observa a Agrifatto.

O boi castrado pode retomar ao preço de duas semanas atrás, pois está próximo das cotações do boi inteiro, vaca e novilha, relata a Agrifatto.

O dianteiro, continua a consultoria, também sugere uma leve recuperação. “Ajustes positivos mais evidentes são esperados para as negociações de 01/08, devido ao pagamento de salários e benefícios sociais em 07/08”, prevê a Agrifatto.

Dados Scot

O mercado paulista abriu a quarta-feira com preços estáveis, apurou a Scot Consultoria. No entanto, o escoamento de carne vem diminuindo no mercado doméstico.

Com a maioria dos frigoríficos operando com escalas ajustadas a essa demanda atual, há poucas perspectivas de mudanças no curtíssimo prazo, acreditam os analistas.

Assim, no mercado de São Paulo, a arroba do “boi comum” está cotada em R$ 227, da vaca em R$ 202 e a da novilha em R$ 215 (preços brutos e a prazo), segundo a Scot.

O “boi-China” (base SP) está valendo R$230/@, um ágio de R$ 3/@ sobre o bovino gordo destinado ao mercado interno.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quarta-feira (24/7):

São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de onze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$222,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$227,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de oito dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$222,50. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;

Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias;

Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de dez dias;

Paraná — O boi vale R$230,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias.

Fonte: Denis Cardoso (Jornalista)

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